Naquele ano de 1968 havia um ar estranho pairando no ar que iniciou-se na frança e alastrou-se pelo mundo afora, foi o ano louco e enigmático do nosso século. Ninguém o previu os acontecimentos tão pouco aqueles que dele participaram. 1968 foi como um furacão coberto de insatisfação juvenil que varreu o mundo de forma generalizaa e estridente em todas as direções. até então so se conhecia a “ Primavera dos Povos” - iniciada em Paris em fevereiro, espalhou-se por quase todas as capitais e grandes cidades da Europa, chegando até o Recife no Brasil.O próprio filósofo Jean-Paul Sartre, que era uma testemunha ocular em Paris, confessou, dois anos depois, que “ainda estava pensando no que havia acontecido e que não tinha compreendido muito bem: não pude entender o que aqueles jovens queriam...então acompanhei como pude...fui conversar com eles na Sorbone, mas isso não queria dizer nada” (Situations X). Para todos a dificuldade em interpretar os acontecimentos deve-se a multiplicidade de acontecimnetos e ambiguidade no resultado final. Um misto de festa Romana com combates entre estudantes, operarios e policiais para ums era uma revolta comunitaria para outros era a reinvidicação de um novo individualismo. acabou tornando-se um ano mítico pois acabou sendo o ano do ponto de partida para um serie de transformações: éticas, politicas, sexuais e comportamentais, que afetaram as sociedades da época de uma maneira irreversível. Seria o marco para os movimentos ecologistas, feministas, das organizações não-governamentais (ONGs) e dos defensores das minorias e dos direitos humanos. Frustrou muita gente também. A não realização dos seus sonhos, “da imaginação chegando ao poder”, fez com que parte da juventude militante daquela época se refugiasse no consumo das drogas ou escolhesse a estrada da violência, da guerrilha e do terrorismo urbano.“1968” foi também uma reação extremada, juvenil, às pressões de mais de vinte anos de Guerra Fria. Uma rejeição aos processos de manipulação da opinião pública por meio dos mass-midia que atuavam como “aparelhos ideológicos” incutindo os valores do capitalismo, e, simultaneamente, um repúdio “ao socialismo real”, ao marxismo oficial, ortodoxo, vigente no leste Europeu, e entre os PCs europeus ocidentais, vistos como ultrapassados. Assemelhou-se aquele ano aloucado a um calidoscópio, para qualquer lado que se girasse novas formas e novas expressões vinha a luz. Foi uma espécie de fissão nuclear espontânea que abalou as instituições e regimes. Uma revolução que não se socorreu de tiros e bombas, mas da pichação, das pedradas, das reuniões de massa, do autofalante e de muita irreverência. Tudo o que parecia sólido desmanchou-se no ar.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
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